Autoconsumo 2022: Como reduzir os custos de energia da sua empresa?
Funcionamento, vantagens e setores de investimento na energia solar fotovoltaica de autoconsumo
O ano de 2022 começou com mais uma dor de cabeça para os empresários portugueses: O aumento do preço da energia. Há empresas que podem vir a pagar até quatro vezes mais pela eletricidade. Consequência: a competitividade da indústria nacional desce, devido aos altos preços de energia praticados no nosso país.
No entanto, Portugal é um dos países da Europa com maior disponibilidade de radiação solar: O nosso país conta com 2.500 a 3.200 horas de sol por ano, uma média de 4 a 6 horas no inverno e 10 a 12 horas no verão. Deste modo, é evidente a vantagem competitiva para as empresas na exploração da energia solar para autoconsumo.
Numa altura em que muitos empresários já aproveitam esta vantagem, outros ainda estão em dúvida se a energia solar é realmente uma solução viável. Neste artigo, vamos dar algumas respostas: fique a saber como funciona o autoconsumo, qual a legislação e, finalmente, como pode a sua empresa tirar partido do autoconsumo de energia solar em 2022 – com investimento próprio ou através de um investidor.
UPAC = Unidade de Produção para Autoconsumo
Em Portugal, particulares, condomínios, instituições e empresas podem instalar uma Unidade de Produção para Autoconsumo e reduzir diretamente a sua fatura de energia. A denominação técnica da instalação que produz energia para autoconsumo é UPAC (Unidade de Produção para Autoconsumo).
A instalação gera eletricidade que é consumida instantaneamente no local da produção e, assim, reduz a necessidade de compra de energia à rede pública. O aproveitamento da energia produzida pelo sistema fotovoltaico ocorre apenas quando existe consumo. A acumulação e o armazenamento da energia excedente (energia não utilizada) para um consumo posterior faseado exige a instalação de baterias.
Uma Unidade de Produção de Autoconsumo (UPAC) contém painéis fotovoltaicos, inversor, equipamentos de proteção, contador de energia e opcionalmente baterias.
A UPAC pode estar ou não ligada à RESP (rede pública), ficando a escolha ao critério do produtor. Pode escolher entre as duas modalidades, dependendo do destino a dar à energia excedente:
- Autoconsumo sem excedentes: Um sistema de injeção zero que impede que a energia excedente seja injetada na rede.
- Autoconsumo com excedentes: Um sistema com injeção da energia excedente na rede pública de distribuição em que o utilizador pode vender a sua energia. Um contador de energia inteligente controla e contabiliza a energia que é injetada na rede.
Quais são as regras aplicadas ao autoconsumo em 2022?
O atual regime jurídico está em vigor deste janeiro 2020. Com objetivo de simplificar e agilizar o processo de licenciamento das Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC), foi publicado em outubro 2019 o Decreto-Lei n.º 162/2019, revogando o Decreto-Lei n.º 153/2014, de 20 de outubro, relativo ao regime de produção distribuída, enquadrando as Unidades de Produção para Autoconsumo (UPAC) e as Unidades de Pequena Produção (UPP).
Deste modo, deixou de ser necessária qualquer comunicação prévia para instalações até 350W e passou a se permitida a partilha de eletricidade com os vizinhos e as habitações circundantes.
Vantagens do autoconsumo para as empresas
Uma empresa pode produzir a sua própria energia através da sua UPAC e substituir parte da energia adquirida à rede. Como o preço da energia produzida é inferior ao preço da do fornecedor de energia consegue obter uma redução significativa da fatura de eletricidade, o que se reflete nas seguintes vantagens:
- Redução dos custos de eletricidade
- Diminuição da dependência energética
- Retorno do investimento garantido
Além dos aspetos financeiros, a sua empresa ganha ao nível do marketing e pode beneficiar em planos de racionalização (PREN) e processos de certificação. Sem dúvida, a energia solar é um investimento na sustentabilidade da sua empresa. Um sinal claro que transmite a sua aposta no futuro.
Que setores devem investir no autoconsumo em 2022?
O autoconsumo responde particularmente às necessidades das empresas com um consumo de energia significativo durante o dia, já que a produção dos painéis solares ocorre nas horas de sol. Além da redução da fatura de eletricidade, podem fixar o custo relativo à energia autoconsumida. Resultado? Estão menos expostas às subidas dos custos.
Controlar os custos de energia é pertinente para todas as empresas, mas sobretudo para a indústria que continua a ser um dos maiores consumidores de eletricidade. Assim, no caso da indústria, o recente aumento dos preços de energia assume proporções ainda mais dramáticas, já que se traduz em perda de competitividade, na medida em que os concorrentes no mercado global beneficiam de custos energéticos inferiores.
Como em todos os investimentos será sempre necessário fazer uma avaliação entre o investimento e o benefício. Seguidamente, explicamos o que é preciso ter em conta.
Como calcular o retorno de investimento?
Nos últimos anos, os preços da tecnologia baixaram, enquanto o preço da eletricidade é cada vez mais alto. Esta tendência tornou possível obter retornos financeiros em apenas quatro anos.
O retorno do investimento depende do custo da instalação, da capacidade de produção de energia e dos potenciais benefícios obtidos quando não consome energia da rede. O dimensionamento técnico do sistema é um processo importante que também influencia diretamente a rentabilidade da instalação.
Ao contrário do autoconsumo nas habitações privadas, os consumidores industriais e comerciais estão sujeitos a uma maior oscilação no consumo de energia e no perfil de carga. Por conseguinte, as quotas de autoconsumo das empresas não podem ser generalizadas.
A avaliação mais simples é baseada na comparação da quantidade de energia gerada e consumida. Este cálculo permite uma primeira estimativa do potencial de autoconsumo, mas não deve ser o único indicador para uma decisão de investimento.
O perfil de consumo da sua empresa ao longo do dia, e numa base anual, permite uma avaliação pormenorizada, uma vez que tem em conta a distribuição temporal do consumo e da produção de energia. Quanto maior a sincronização da produção e o consumo de energia, maior a rentabilidade do sistema fotovoltaico. Em certos setores é possível instalar sistemas inteligentes de controlo de carga que permitem a distribuição otimizada do consumo de eletricidade. Neste caso, os consumidores de eletricidade são ativados quando a energia solar está disponível.
Uma vez que estamos a falar de questões técnicas e diferenciadas para casa caso, o ideal é recorrer à análise e avaliação de um especialista com experiência comprovada na área do autoconsumo. Um consultor SOLVasto presta serviços independentes e simula o seu retorno individual.
Aproveitar o autoconsumo sem investir
As empresas que, por algum motivo, prefiram não investir por elas próprias podem igualmente beneficiar em 2022 das vantagens do autoconsumo solar. De facto, existem soluções atrativas.
Há investidores disponíveis para assumir a obrigação financeira e as responsabilidades de propriedade, bem como a gestão da instalação. Em troca, recebem parte da economia/receita gerada. A empresa que hospeda a instalação compromete-se apenas a adquirir toda energia produzida pela instalação ao valor da tarifa anual atualizada com o desconto do benefício contratado. No fim do prazo do contrato, o rendimento da instalação reverte por inteiro para a empresa.
Nota importante: As empresas interessadas devem apenas fechar acordos com entidades que não obriguem a fidelização, ou seja, que não exijam a manutenção de um contrato de fornecimento de energia da rede durante a duração do contrato do sistema fotovoltaico. Desta forma, garantem a sua a independência na escolha do fornecedor de energia e, consequentemente, na obtenção do melhor preço.